segunda-feira, 26 de abril de 2010

Plenitude

Serena, dançava a música delicada que só ela ouvia, no açucarado do azul cotidiano. Bailava com ritmo constante e leve, sentindo o respirar do vento que lhe roçava o rosto e a fazia ficar de olhos cerrados. Olhava para fora e sentia o aroma acidulado, olhava para dentro e escutava a textura do que não sabia bem o quê. Sempre fora assim, desde muito cedo. Sempre, sempre. Os olhos foram ficando desaprendidos de ver, no entanto, e a dança há muito deixou de ser palavra. A dança. A que capta encantamentos válidos e a medida que eles não têm. Dizem que o silêncio vai cingindo-a pouco a pouco e abraçando seus braços brancos e flácidos. Braços de uma essência estranha, de transparência quase. Talvez a plenitude seja assim: uma dança quieta e melodiosa e cristalina. Invisível.

11 comentários:

  1. Obrigada, Carolina. Meus botões ficaram felizes com sua visita carinhosa.

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  2. Um texto cheio de ternura, com uma certa melancolia... Uma descrição perfeita do que deve ser a plenitude.
    Beijos

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  3. Serena... magia em todos os sonhos. Afinal o que resta senão sonhar? Bj RUTH

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  4. Dulce:
    Parece tão inacessível, não é?
    Beijos

    Ru:
    Fiquei muito feliz com sua presença por aqui. Seja sempre muito bem-vinda!
    Beijos

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  5. Amiga imagen y texto muy bello lleno de plenitud y belleza .

    Besos de MA, gracias por tu felicitación dejada en mi querido blog .

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  6. Que imagens mais exatas para descrever o que nos parece a plenitude - e sempre vai parecer apenas, porque é invisível, intocável e quase inimaginável, neste mundo inconstante como um caleidoscópio. Ou será que existem vários tipos de plenitude e o caleidoscópio dá conta de uma delas, adaptada a nossa percepção?

    Beijo, Maria Teresa.

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  7. Ma:
    Agradeço suas palavras carinhosas.
    Beijos


    Dade:
    A plenitude vai tão além de nossa imaginação e de nossa percepção, que até o caleidoscópio não parece dominá-la por inteiro, como você caracterizou. No entanto, acho que os vários tipos agregam-se, como se fossem as várias faces de um prisma. Gigantesco!
    Beijos

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  8. Olá, Maria Teresa! Como sempre, uma linda e poética descrição! Que possamos, em vários momentos, nos sentir plenos! Beijos!

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  9. Cassia:
    Mesmo que isso seja uma linda utopia, por que não acreditar nela, não é?
    Beijos

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  10. Tem um selo para o teu blog lá no Palavras e Imagens.
    http://www.marquesiano.blogspot.com
    Parabéns!
    Beijos.

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