segunda-feira, 26 de abril de 2010
Plenitude
Serena, dançava a música delicada que só ela ouvia, no açucarado do azul cotidiano. Bailava com ritmo constante e leve, sentindo o respirar do vento que lhe roçava o rosto e a fazia ficar de olhos cerrados. Olhava para fora e sentia o aroma acidulado, olhava para dentro e escutava a textura do que não sabia bem o quê. Sempre fora assim, desde muito cedo. Sempre, sempre. Os olhos foram ficando desaprendidos de ver, no entanto, e a dança há muito deixou de ser palavra. A dança. A que capta encantamentos válidos e a medida que eles não têm. Dizem que o silêncio vai cingindo-a pouco a pouco e abraçando seus braços brancos e flácidos. Braços de uma essência estranha, de transparência quase. Talvez a plenitude seja assim: uma dança quieta e melodiosa e cristalina. Invisível.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Que texto bonito ...
ResponderExcluirObrigada, Carolina. Meus botões ficaram felizes com sua visita carinhosa.
ResponderExcluirUm texto cheio de ternura, com uma certa melancolia... Uma descrição perfeita do que deve ser a plenitude.
ResponderExcluirBeijos
Serena... magia em todos os sonhos. Afinal o que resta senão sonhar? Bj RUTH
ResponderExcluirDulce:
ResponderExcluirParece tão inacessível, não é?
Beijos
Ru:
Fiquei muito feliz com sua presença por aqui. Seja sempre muito bem-vinda!
Beijos
Amiga imagen y texto muy bello lleno de plenitud y belleza .
ResponderExcluirBesos de MA, gracias por tu felicitación dejada en mi querido blog .
Que imagens mais exatas para descrever o que nos parece a plenitude - e sempre vai parecer apenas, porque é invisível, intocável e quase inimaginável, neste mundo inconstante como um caleidoscópio. Ou será que existem vários tipos de plenitude e o caleidoscópio dá conta de uma delas, adaptada a nossa percepção?
ResponderExcluirBeijo, Maria Teresa.
Ma:
ResponderExcluirAgradeço suas palavras carinhosas.
Beijos
Dade:
A plenitude vai tão além de nossa imaginação e de nossa percepção, que até o caleidoscópio não parece dominá-la por inteiro, como você caracterizou. No entanto, acho que os vários tipos agregam-se, como se fossem as várias faces de um prisma. Gigantesco!
Beijos
Olá, Maria Teresa! Como sempre, uma linda e poética descrição! Que possamos, em vários momentos, nos sentir plenos! Beijos!
ResponderExcluirCassia:
ResponderExcluirMesmo que isso seja uma linda utopia, por que não acreditar nela, não é?
Beijos
Tem um selo para o teu blog lá no Palavras e Imagens.
ResponderExcluirhttp://www.marquesiano.blogspot.com
Parabéns!
Beijos.