terça-feira, 4 de agosto de 2009

Vírgula

Gertrude Stein, ontem pela primeira vez li um trecho da Autobiografia de todo mundo que ela escreveu com perspectiva cubista. Com um discurso aparentemente meio abobalhado, meio infantil, mas muito crítico, ela analisava o valor das palavras e a mudança que ocorre quando essas palavras passam a ter valor monetário no mercado das palavras. E eu fiquei achando uma graça escrever imitando o estilo dela quase sem vírgulas falando das ideias que vêm chegando e vão indo embora sem pedir licença dando lugar para aquelas outras que vão se embaralhando e formando um labirinto para quem está registrando tudo isso mas também para o leitor atônito com a desfaçatez de alguém que ficou com vontade de ter rompantes metalinguísticos e que certamente vai sair por aí procurando aquela Autobiografia que também lhe pertence, vírgula, pois é de todo mundo.

4 comentários:

  1. oi prof!!
    ahh que arrumadinho o seu blog!
    adorei os haikus aí ao lado ...

    gertrude stein é aquela do "a rose is a rose is a rose", né?? huuum um livro sobre o ato de escrever (é esse o assunto?) ... parece legal!

    beijos,
    anna park

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  2. Oi, Anna:
    Uma palavra colada na outra sufocando nossa necessidade de encontrar sinais de pontuação precisos é bem desafiante, não é? Adorei ver você por aqui.

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  3. Adorei profa!
    Parece uma cachoeira. Enquanto lia meus olhos pareciam percorrer uma queda.
    beijos
    Daniel Nanô

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  4. Achei encantadora a ideia da queda, Daniel! Como as palavras fazem barulho e nos transportam quando querem, não é?
    Beijos

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