sábado, 13 de agosto de 2011

Amores

Houve um tempo em que a expectativa era a de enchê-lo de abraços e de beijos e de reservar o domingo todo para ficar perto dele, ajudando a pensar no menu que iria fazê-lo feliz. Era também momento de criar um presente com dotes artísticos muitas vezes discutíveis, para colher reconhecimento sempre muito superior ao desejado, mas proporcional à ternura entrelaçada na trama  do mimo. Naquele período, com o passar dos anos, a rotina era sempre a mesma e o pretendido também, embora o regalo fosse ano a ano mudando de cara e tornando-se pouco a pouco mais amadurecido. Foi um tempo de exercício e de aprendizado de amor.

Houve um tempo em que a preocupação era instruir sobre como dedicar o domingo todo para ficar perto dele, construindo uma história cujo enredo faria qualquer um se deliciar com a trama bem montada e bem vivida. Era também momento de ensinar a fazer um presente com dotes artísticos encantadores, que certamente faria o tempo parar por um tempo, esquecendo-se de envelhecer. Naquele período, com o passar dos anos, o mimo também cresceu , mas a singeleza do momento continuou fazendo a alma se embelezar de alegria, querendo sempre vestir sua roupa mais linda para enchê-lo de abraços e de beijos. Foi um tempo de ensinamento de amor.

Hoje as canções de antigamente de todos aqueles domingos é sentida pelos poros do coração e as miudezas cotidianas, que tornaram aqueles hábitos sublimes, são colocadas à mesa, compondo mais uma vez um menu de sabores deliciosos. É momento de testemunhar a satisfação dele de logo mais  imaginar-se protagonista desta celebração, pronto para receber cheio de risos o mimo com dotes artísticos que causarão inveja ao melhor de Monet, de Picasso, de Dalì.  É um tempo de extravasamento de amor.

8 comentários:

  1. Maria Teresa... que lindo!! ..."momento de extravasamento de amor"... fez-me rever datas e celebrações propícias nessas datas! Seu texto brotou do coração e aconchegou-se no meu! Obrigada!
    Abraço, Célia.

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  2. Célia:
    Datas assim dão uma espécie de melancolia, não é? Mas também trazem alegrias por dentro que tornam a vida deliciosa...
    Obrigada pelo comentário generoso.
    Beijos, MTeresa

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  3. Recebi por e-mail do Clito:

    É a superação. É o sinal de que estamos vivendo e de que vivemos, antes, bem, cumprindo nosso papel: conseguimos fazer pessoas se tornarem grandes, assumirem suas responsabilidades, tocarem seu próprio caminho, terem seus próprios gostos, suas venturas e saberem cuidar e administrar suas desventuras. Quiçá eles também consigam isso, pois certamente também assim se sentirão felizes e realizados como me julgo e acredito que você também. Um beijo. Clito

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  4. Cli:
    Não é à toa que acontece o extravasamento do amor...
    Beijo

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  5. Felizmente o Amor é ainda o grande baluarte que anima nossas vidas e nos faz prelibar a felicidade. V. o interpretou em suas nuances todas de carinho e romance. Valeu!
    BJ RUTH

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  6. Ru:
    Obrigada pela visita carinhosa. Duplamente.
    Beijos

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  7. Que delícia de nostalgia você nos proporcionou, Maria Teresa!
    Lindo de doer!
    Abraços, minha querida,
    Graça Lacerda

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  8. Graça:
    Seus comentários chegam sempre com um raio de sol.
    Beijos

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