Ele lhe disse que ser fulano já era castigo demais.
Não queria ser fulano? Parecia mesmo invisível, invisível não, transparente ou embaçado com aquele cabelinho cheio de pontas caindo sobre as sobrancelhas e cobrindo metade da orelha. Por isso é que os olhos ficavam sempre meio fechados, dando sonolência em quem olhava para aquela cara desbotada pelo mau humor.
Saía de casa sempre atrasado com seus óculos de aro de tartaruga.
Ela era a única que não o via cinzento. Enxergava-o com uma certa devoçãozinha atrevida por trás dos óculos e do cabelinho ensebado.
Foi por isso que de um dia para o outro ele cortou o cabelo e se tornou sicrano. Colocou na cara uma malandragem moderada e trocou os óculos por lentes de contato azuis.
Ela era a única que não acreditava no arzinho cínico que ele inspirava e expirava. Dizem que aos poucos ele foi se tornando beltrano, mas ela não tinha pressa não. Ela é daquelas pessoas que fala sorrindo, colocando à mostra uma fileira de dentes branquíssimos e duas covinhas bem no meio das bochechas infladas de ousadia.
Hoje João tem dois meninos; ambos com cabelo lisinho cheio de pontas, que vive caindo no olho. E duas covinhas nas bochechas.
Não queria ser fulano? Parecia mesmo invisível, invisível não, transparente ou embaçado com aquele cabelinho cheio de pontas caindo sobre as sobrancelhas e cobrindo metade da orelha. Por isso é que os olhos ficavam sempre meio fechados, dando sonolência em quem olhava para aquela cara desbotada pelo mau humor.
Saía de casa sempre atrasado com seus óculos de aro de tartaruga.
Ela era a única que não o via cinzento. Enxergava-o com uma certa devoçãozinha atrevida por trás dos óculos e do cabelinho ensebado.
Foi por isso que de um dia para o outro ele cortou o cabelo e se tornou sicrano. Colocou na cara uma malandragem moderada e trocou os óculos por lentes de contato azuis.
Ela era a única que não acreditava no arzinho cínico que ele inspirava e expirava. Dizem que aos poucos ele foi se tornando beltrano, mas ela não tinha pressa não. Ela é daquelas pessoas que fala sorrindo, colocando à mostra uma fileira de dentes branquíssimos e duas covinhas bem no meio das bochechas infladas de ousadia.
Hoje João tem dois meninos; ambos com cabelo lisinho cheio de pontas, que vive caindo no olho. E duas covinhas nas bochechas.
Finalmente o João apareceu e a estória ficou romântica e teve um fim feliz! Ela soube esperar pelas mudanças porque conhecia a essência,a essência do amor. Bj RUTH
ResponderExcluirEis um enredo para sujeito nenhum botar defeito. Ainda que seja simples, composto, oculto ou indeterminado. Gostei muito do seu texto, Maria Teresa.
ResponderExcluirRu:
ResponderExcluirSe tudo fosse assim, a Terra seria ainda mais azul, não é?
Beijos
Marcelo:
Às vezes dá vontade de pensar que todos os enredos deveriam saber abraçar, mesmo que sejam simples, compostos, ocultos ou indeterminados. Saber abraçar forte!
Obrigada pela visita carinhosa.
E em pequenas (e, às vezes, grandes) mudanças de identidade nossa vida vai seguindo... "Beltrano" será a maturidade?
ResponderExcluirUm abraço.
Halem:
ResponderExcluirBeltrano está no caminho. Longo caminho cheio de atalhos e de setas invertidas...
Grande abraço pra você.
Amiga Teresa!
ResponderExcluirA avaliar pela foto de um dos filhotes do beltrano e da esposa "míope" com covinhas nas bochechas, não correu tão mal assim :))
Poder-se-à dizer que foram feitos um para o outro!!!
A foto é linda, adoro covinhas nas bochechinhas.
Beijinhos
Ná
Acabo de me esbarrar em seu blog.... Que tesouro!! Quero ser pirata e descobrir mais. Parabéns à você!! arianna
ResponderExcluirFernanda:
ResponderExcluirAs covinhas convidam a um beijinho na bochecha, não é?
Abraços pra você
Arianna:
Seja muito bem-vinda! Esteja à vontade aqui entre meus botôes.
Abraços