Disse que sonhara com o mar com uma frase esquelética. É, cheia de ímpeto, depois de quase uma manhã grosseira de silêncio. Fui receptivo, mas não consegui falar nada. Ele simulou um pseudossorriso e acrescentou que a água era fria e escura, densa, mas acolhedora. E então fechou os olhos como se buscasse a continuação do que deveria continuar contando. Disse que ela estava linda sentada na canoa de tábuas largas, com aquela fisionomia plena de astúcia que costumava vestir desde os tempos tormentosos de sua meninice; cantarolava e não o via, cantarolava e contemplava os desenhos cheios de formas das nuvens, cantarolava sem ruído. E então ele não parou mais de falar. Sem sobras ou excessos. De repente, no entanto, sem mais nem menos fechou os olhos de novo e emudeceu. Nem mais uma frase bem cosida, nem mais uma palavra ou suspiro. Isto ele não me disse, mas certamente ela deve tê-lo visto no meio do mar. Por isso que o canto da dança das nuvens nunca tem uma voz apenas.
Eu, fico assustado quando a voz das nuvens é o silêncio... e só sossego quando ouço o cantarolar das gotas da chuva no telhado!...
ResponderExcluirBeijinho
Caro Quicas:
ResponderExcluirO que me parece é que essa voz das nuvens não tem ruído, mas sons cheios de harmonia que gostamos de saborear gota a gota.
Abraços
Uma linda lenda! Amei!
ResponderExcluirBeijos.
Obrigada, Nivaldete. Às vezes as lendas atravessam a rotina e deixam um rastro inquieto que convida a caminhar.
ResponderExcluirBjo
Coloquei o link do teu blog no meu outro (mais um...hehehe) que é extensão da minha oficina de produção textual. Beijos. Tânia Marques
ResponderExcluirhttp://pelodesejoeprazerdeescrever.blogspot.com (não tem www)
Un placer entrar a tu casa y leer tus bellos textos y imagenes .
ResponderExcluirUn abrazo de MA y gracias amiga por tu visita y comentario dejado en mi blog ,tu blog amigo.
Tânia:
ResponderExcluirMuito obrigada. Que esse seu novo espaço seja, como os outros, um sucesso!
Bjos
Ma:
Sua visita é sempre prazerosa.
Grande abraço.