sexta-feira, 11 de junho de 2010

Coesão

Tecido de fios que se emaranham e se harmonizam compondo o todo que nunca está completo. As ligações têm nexos lógicos e outros nem tanto assim. Têm afinidades e antipatias próprias de tudo que existe e que fica meio perto ou justaposto; por isso que as histórias enveredam por caminhos às vezes tortuosos, às vezes paralelos, às vezes plenos de cruzamentos. Essas histórias vão estruturando enredos associados a sonhos e a objetivos, mas também a imprevistos e percalços necessários. Assim é quando se escreve, assim é quando se vive. Talvez devêssemos prestar mais atenção às aranhas. São elas as artífices mais habilidosas no trato dos fios que devem seguir esta ou aquela direção; possuem a arte da observação e o talento da persistência para enlaçar e formar desenhos que encantam pela delicadeza da simetria e da coerência. As palavras se enredam no texto para que se atinja esse ideal; as pessoas se encontram se reparam se abraçam se desgostam se re-veem se emocionam se apertam se esgarçam, promovendo nós e laços. Nós e laços de cada teia, de cada tecido que nunca fica pronto.

7 comentários:

  1. Amiga Teresa.

    Perfeita a analogia entre a vida das pessoas e as teias das aranhas.
    Na sua simplicidade e sem tecnologias de ponta, elas fazem o mais difícel ... facilmente, de um dia para o outro.

    Nós temos a propensão de baralhar tudo, tepeçar nos nossos próprios pés, dar laços em vez de os desfazer...coplicar a vida!!!

    Adorei, como sempre, o texto.
    Sempre me repito, mas adoro a forma como escreve.

    Beijinhos

    Na Casa do Rau

    ResponderExcluir
  2. Texto profundo, cheio de sabedoria...A cada dia fico mais "enlaçada" no encanto de suas palavras. Beijos.

    ResponderExcluir
  3. Maria Teresa. fico encantada com a forma com que você conduz as palavras, dá sentido a cada linha, elabora seus textos, conduzindo o leitor por seu pensamento, tentando antever a história a cada frase...
    Lindo!...

    beijos e ótimo final de semana

    ResponderExcluir
  4. As aranhas nunca erram.
    Errar, erramos nós.

    Muito bem pensado o seu texto. Como, aliás, costuma ser tudo que sai de suas mãos-cabeça-e-coração...
    Grande abraço!

    ResponderExcluir
  5. Fernanda:
    Agradeço muito suas palavras cheias de ternura. Concordo com você que, ao tropeçarmos nos próprios pés, fazemos da vida uma realidade esgarçada e não usufruímos dela com serenidade. Vivam as aranhas!
    Beijos


    Dalva:
    Obrigada, minha amiga querida! Como fico feliz ao sabê-la por aqui, encurtando nossas distâncias!
    Beijo carinhoso


    Dulce:
    Você sempre gentil e amável nas suas manifestações. Agradeço muito.
    Um grande beijo.


    Nivaldete:
    Que delícia de mensagem! Hoje o dia ficou ainda mais azul.
    Beijos

    ResponderExcluir
  6. Amei o teu texto! Gostaria muito que tu me concedesses a publicação dele, com os devidos créditos, é claro, no meu blog de redação. Seria um bom pretexto para eu começar a falar sobre a coesão e coerência textuais. Parabéns! Beijos.

    ResponderExcluir
  7. Tânia:
    Claro que pode publicar, fique à vontade. Fico muito contente com a ideia de que o texto possa ter esse caráter de coisa educativa.
    Beijos

    ResponderExcluir