terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Fábula



Tem apenas seis anos e não conhecia a fábula da lebre e da tartaruga. Depois de discutirmos sobre a velocidade de cada uma, pedi que ele inventasse uma história onde ambas aparecessem como personagens. Pensou alguns minutos e contou com cara de quem sabia tudo sobre corrida de bichos, com muitos detalhes e descrições minuciosas do esforço de uma e de outra. No final, para minha surpresa, concluiu com uma moral, apesar de eu não lhe ter solicitado isso: não importa que sejam diferentes, quem quer sempre chega ao final da corrida. Naquele momento, a vida me pareceu ainda mais irresistível.


4 comentários:

  1. Oi Maria, escuta essa história que uma menininha de 6 anos me ensinou:
    "Era uma vez um marceneiro que, por não ter o que fazer, resolveu construir um banquinho. Como ele era muito pesado, achava que o banquinho tinha que ser bem forte pra aguentar aquele seu ser corpulento que sozinho lembrava um mundo inteirinho porque não queria um banquinho como o do vizinho que era belo, porém apenas para enfeite, se sentasse quebrava.
    E fez mesmo, praticamente um milagre. O banco ficou inteiramente resistente, porém o único material possível para tal empreitada era impermeável, sendo impossível qualquer adaptação. Não pensou então na estética, era impresindível que fosse funcional.
    Quando se sentou percebeu que ali era impossível descansar. O vizinho olhando, deu uma gargalhada.
    - No meu não se senta, é fraco e quem sentar quebra, cai e se machuca; mas pelo menos posso servir-me dele como enfeite e alegrar a minha vista e a dos meus.
    O seu, entretanto, é forte, tão forte que não é capaz de acomodar e descansar ninguém; quem olha entristece-se, quem senta se machuca. E nem ao menos se despedaça, para que o esquecimento poupe a consciência."

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  2. Amanda:
    Fico sempre encantada com essas lições tão espontâneas e tão cheias de conteúdo. Sábias crianças!
    Bjos

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  3. É...Onde está a sabedoria? Na mente, na experiência, nos livros? Não... Está nos corações e nos coraçõezinhos!

    Um abraço!

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  4. Pois é, Léo, isso dá o que pensar... É a sabedoria ingênua, cheia de riqueza.
    Abraços

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