sábado, 5 de setembro de 2009

Saudade

Conheci-a quando fizemos uma viagem à África do Sul e desde aquele tempo construiu-se entre nós um fio tênue e transparente de empatia, de sinceridade, de “conversas ao pé da cerca”, como ela gostava de definir nossa troca constante de correspondência virtual, já que ela morava em Londrina e eu aqui em São Paulo. Sabia de suas alegrias como viajar e viajar, distribuir doses generosas de carinho a todos que dela se acercavam, criar arranjos de ikebana, sentir a vida em toda sua essência nos passos do tango, amar seu marido e companheiro de toda vida, amar suas filhas e genros, amar seus netos. Falávamos de Literatura, de Arte, de Cinema, de Música, de Vida. Trocávamos longas cartas, neste tempo em que a moda é escrever textos curtos, porque o tempo assim o exige, e quase nunca nos encontrávamos. No entanto, aquele fio aparentemente frágil fortaleceu-se e formou uma teia protetora de uma amizade que certamente não termina agora, quando ela se foi. Marisa se foi e eu fiquei aqui me lembrando de seu terno sorriso na terra de leões e leopardos. Como dói!

2 comentários:

  1. Sorte a sua de ter mantido esse contato com ela e poder ter lembranças boas de momentos compartilhados. A vida é isso mesmo, por isso é que os contatos quer pessoal ou virtual, devem ser feitos sempre dando o melhor de nós, para que fiquem sempre nas lembranças do melhor vivido, tal como você bem sabe fazer!

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  2. De fato, sinto-me privilegiada por ter com ela convivido. Muita saudade!

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