sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Janelas

Cada um que faça a sua parte, mas como vivenciar a podridão que reina neste país traz-nos a todos uma frustrante sensação de impotência, pelo menos me deliciei ao ler Ignácio de Loyola Brandão dizendo que “acho que quando ele (Sarney) chega para a sessão da ABL, a estátua de Machado dá-lhe as costas, para não sentir vergonha”. Com sua peculiar racionalidade, imaginei o bruxo do Cosme Velho olhando para as paredes, discorrendo sobre a lei da equivalência das janelas e estabelecendo que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra para que a moral possa arejar a consciência. Atualmente, em nossas rotinas despudoradas, sabemos que as chaves do cadeado dessa outra janela estão à disposição, mas não há ânimo, empenho nem interesse de fazer entrar ar puro. Com sua ironia ferina, Machado já nos tinha alertado sobre isso.

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