segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lua


Comecei a escrever assim assim dizendo coisas assim assim e mais nada e pronto. Quando ele chegou e leu tudo o que estava ali com letra redonda e graúda, olhou para mim sem espanto e começou a gargalhar de um jeito sem jeito que me deixou alegre como nunca. Saímos então de braço dado para ver a lua grandona lá no céu, sem nos importar com a garoinha fina que caía e que molhava nosso estado de leveza e de melancolia, não de melancolia não, nosso estado de alguma coisa que não dá pra explicar porque é tão bom que parece não existir. Quando voltamos, a lua tinha entrado em casa e nos esperava brilhando na varanda, inteira e branca branca e redonda e graúda como nunca. Foi assim que nunca mais conversamos como um velho casal condenado à rotina, porque sempre tínhamos a lua conosco, só nossa, iluminando a escuridão que antes sentíamos por dentro, redonda e graúda como aquela lua branca branca.

6 comentários:

  1. Maria Teresa, fiquei sabendo desta postagem pelo blog da Neli (E o pensamento voa...). Sou irmã dela, e fissurada na lua.

    Neste final de semana ela também invadiu o nosso terraço em Campo Limpo Paulista e acho que sentimos o que você sentiu.

    Amo tanto a lua que, mesmo quando ela é um fiapo, me derreto toda!

    Um abraço e muito prazer!

    Talita

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  2. Talita:
    Tenho muito prazer de recebê-la aqui, junto a meus botões. Seja muito bem-vinda!
    Concordo com você: a lua sempre provoca suspiros. Como diria Drummond: "Eu não devia te dizer , mas essa lua, mas esse conhaque, botam a gente comovido como o diabo."
    Um grande abraço,
    Maria Teresa

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  3. Um lindo texto, Maria Teresa. Essas cabecinhas unidas, o prazer tardio, doce e enluarado, tudo me faz pensar num futuro já bem próximo que, espero, seja assim, longe da rotina e da tristeza.
    Um beijo com carinho.

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  4. Dade:
    Essa harmonia faz parte dos anseios de todos nós. Esperemos que seja assim mesmo...
    Beijo também muito carinhoso

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  5. Ela sempre aparece, linda, alva, redonda, inspiradora e feliz. Felizmente ainda a natureza nos oferece essa maravilha que não se deteriora e que, como companheira nos transmite tranquilidade e esperança! BJ RUTH

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  6. Ru:
    Temos que falar baixo... imagine se alguém nos ouve e resolve mexer naquela redondeza que nos embriaga e nos seduz...
    Beijos

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