Hoje ficou tudo azul. Bem azul. O café da manhã dividiu a mesa com aquele azulado vivo do jornal que normalmente se tinge de vermelho. Ou de preto. Dificilmente se esboça um sorriso, nem que seja amarelo, quando se folheia o elenco de tragédias cotidianas. Tragédias que também se relacionam a enchentes, a inundações e a royalties perseguidos com determinação por quem deseja vorazmente as plataformas de petróleo nas imensidões profundas dos oceanos. Tragédias de milhões e milhões de pessoas, no mundo, que percorrem grandes espaços áridos em busca de água potável. Mas hoje o jornal ficou azul cor de céu cor de água, azul dessa água que ainda pode ser vista jorrando, em abundância, das torneiras e dos chuveiros, dos jatos das engenhocas com que se lavam carros e calçadas, das cachoeiras e dos rios que até agora não secaram. E como hoje ficou tudo azul, a semana começou com gosto de sonho, pois toda utopia escolhe essa cor para transferir-se para as paisagens de nossos devaneios; sonho de esperança, de harmonia, mas principalmente de alerta. Pensamento Azul. Terra Azul.
Maria Teresa
ResponderExcluirEra bom que a comunicação social se preocupasse um pouco mais para este problema que temos entre mãos e não apenas no Dia Mundial da Água. Talvez as pessoas despertassem mais para a protegecção desse azul em vias de se extinção. Mas, infelizmente, são as notícias negras que mais vendem.
Beijinhos
Lourdes
Mercedes Sosa:
ResponderExcluir"Ay, este azul
Golondrina que vuelve otra vez
Musicando mi zaguán de ayer
A esperarme de barco en la sed."
Grande abraço!
Lourdes:
ResponderExcluirDe fato, parece um evento pontual, com tempo certo para acabar. Em função de seu comentário, lembrei-me da Copa do Mundo, momento em que todos batem no peito e vestem as cores de seu país, para logo em seguida fazerem de conta que "os problemas daqui não são meus".
Beijos
Nivaldete:
Que recordação deliciosa! Mercedes Sosa sempre vuelve, tingindo as almas de azul!
Beijos