Aos 14 anos, ela já viveu em 13 dias outro tanto, sob os escombros de sua casa no Haiti. Guerlane Guay sobreviveu apenas tomando água e alimentando-se de orações e de esperanças. O que terá passado por sua cabeça dia e noite respirando aquele ar impregnado de pó e de lama? Seu rosto impresso na folha do jornal não é nada lacrimoso nem cheio de lamento. Seu semblante reflete quietude e coragem de quem olha de frente, sem medo, de quem tem a nobreza de apostar que vida pode ser sinônimo de uma fresta de luz, mesmo quando o mundo desmorona e todos os enredos sonhados convertem-se em pesadelo. Esta adolescente transformou-se em estigma deste tempo de caos, em que não só a terra mas também as águas se enraivecem, talvez para mostrar ao homem, vaidoso de seus inventos, que a natureza merece cuidados, merece respeito. A adolescente haitiana conseguiu ver a luz e sobreviveu para nos dizer que é necessário bravura para que também possamos ainda enxergar seus lampejos.
Oi Maria Teresa. Eu sempre acreditei que a maturidade estava diretamente ligada à fatos ocorridos do que propriamente, ou necessariamente, a idade de alguém. Pena, embora seja totalmente contra a "teologia do sofrimento", que na maioria das vezes é assim que amadurecemos. Nesse caso específico, chega a ser desesperador o contraste entre esse pequenino país desamparado e, pouco mais acima, o leão gigante e imperador. Em pensar que era só dar as mãos...
ResponderExcluirIsso me faz pensar que milhares ainda vão morrer e padecer horrores até que a humanidade entre na dita "idade da razão".
Bom, mas essa discussão é inútil, portanto falei demais.
beijos,
Amanda.
Amanda:
ResponderExcluirVocê tem razão: o amadurecimento deixa marcas profundas, deixa estilhaços indigestos, infelizmente. Agora, a discussão não é inútil; pelo contrário, deveria estar sempre na pauta, cutucando sensibilidades.
Bjos.
Ah! Maria, desculpe o pessimismo, mas a cada dia estou mais convicta de que a sensibilidade se sente incomodada apenas quando nos convém se incomodar.
ResponderExcluirUma das muitas histórias feitas de vida, na catástrofe que praticamente destruiu o Haiti. Viu o garotinho que abriu os braços e riu de pura alegria, quando o tiraram dos escombros, dias depois? O ser humano é surpreendente, não é mesmo?
ResponderExcluirBeijo.
Dade:
ResponderExcluirDe fato, o ser humano nunca deixa de querer saber quem é e onde está, quando parece não ser ninguém; busca seu destino como uma profecia.
Bjos.
Oi, Maitê...
ResponderExcluirstava de férias, postando somente coisas para os projetos, e fiz uma pequena cirurgia (odontológica).
De resto, só mesmo a saudade dos amigos!!!
Essa história da menina é comovente, e acho até que no futuro ela ecreverá um livro sobre esse acontecimento (ou alguém escreverá por ela)..
Bjss!!!
Bom te ver de novo!
Graça:
ResponderExcluirBem-vinda!
É verdade, as grandes tragédias sempre germinam e dão frutos saborosos.
Bjos
Oi, Maria Teresa!
ResponderExcluirQue bela lição de vida e de esperança para todos nós!
Sou uma pessoa de que gosta de viver, e posso dizer que tenho muita fé, mas não sei se teria aguentado ficar soterrada por tantos dias assim...
Gostei do post!
beijo,
Neli
Neli:
ResponderExcluirTambém achei essa história comovente; ainda mais em se tratando de uma menina, que soube enfrentar a fome e a solidão por tanto tempo.
Bjos