terça-feira, 6 de outubro de 2009

Anne

(foto: http://folhasdepapel.files.wordpress.com/2008/12/anne_frank.jpg)

Esta história acompanhou-me nos meus tempos de menina; li e reli o Diário de Anne Frank, imaginando como era viver sem ruídos, observar o mundo de forma emparedada, conhecer a solidariedade, descobrir o amor. Com ela horrorizei-me com o Holocausto e encantei-me com as palavras que traduzem dor e emoção, medo e ternura, morte e vida. Palavras que caracterizam fantasias, mas que também falam de grandes tragédias e de pequenos sabores do cotidiano. Mais tarde, fui a Amsterdã e visitei emocionada o local do esconderijo onde ela ficara com sua família judia, durante a Segunda Guerra. Subi a escadinha que dava para o alçapão e mais uma vez imaginei a menina que não podia ter nada e que tinha o mundo na ponta do lápis. Então, ontem à noite, conferindo o Estadão pela internet, achei o vídeo deste link:



Anne Frank está à janela, contemplando um casal de noivos, o movimento dos carros, das bicicletas e das pessoas nas ruas. Ela olha para baixo e para cima, olha para os lados, enquanto o tempo se fecha em círculos para dentro de suas retinas de menina sensível. Essas lembranças tinham ficado perdidas na memória, mas agora voltaram e se recusam a ir embora.


6 comentários:

  1. Dolorosa, mas bela lembrança... Imagino sua emoção no momento em que viu o cenário em que ela viveu... Um abraço.

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  2. Foi doloroso, sim, mas foi comovente saber que as palavras foram importante companhia para aquela menina de horizontes tão amplos, naquele cubículo tão inóspito. Grande abraço, Nivaldete.

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  3. Sabe, Maria Teresa, pensar no que aconteceu naquele período me deixa com um nó na garganta. Deixei de ver os filmes que falam disso, evito tudo que se refere a essa ferida na história da humanidade. Mas algum dia vou tomar coragem.
    Beijo pra você.

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  4. Oi, Dade, sabe que senti também esse receio, quando fui visitar o campo de concentração de Dachau! Havia lá muitos turistas e nenhum sorriso e quase nenhum flash de máquina fotográfica. Todos olhavam para aquele lugar atônitos, constrangidos até por estarem lá com alguma curiosidade. Falavam baixo, pisavam aquele chão com reverência. No entanto, quando eu estava saindo dali, surpreendi-me com uma placa que dizia mais ou menos isso: "olhe bem, para que jamais aconteça de novo". Então virei para trás e deixei que aquelas imagens ficassem registradas para sempre, bem no fundo da alma... Beijo pra você também.

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  5. Oi, Maria Teresa! Que bom ler palavras tão bonitas sobre essa história! Também li quando adolescente e recentemente comprei a nova edição com fotos... Através da notícia do Estadão cheguei ao canal oficial de Anne Frank no You Tube e achei muito interessante (http://www.youtube.com/profile?gl=US&user=AnneFrank#p/u). Um beijo e boa semana!

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  6. Oi, Cassia! Fui conferir e gostei muito também. Incrível como essa história faz refletir... Beijo carinhoso.

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