sexta-feira, 31 de julho de 2009

Quadrilha

Essas coisas de pensar me acercam com sedução tamanha, que acabo distraída, talvez não seja essa caracterização a mais precisa; as ideias (ficou muito esquisita a falta do acento) vão e vêm, embaralhando-se com trejeitos de atualização instantânea e sem tréguas: naus perdidas em piruetas de andarilhos em busca de labirintos espelhados; às vezes isso ocorre estaticamente, como observei na história dos dois primos acometidos pela malária no vau da Sarapalha, para mim, um dos mais belos contos de Rosa, com sua linguagem poética melodiosa às vezes mais atraente que a própria história do amor infeliz (será?) de ambos pela mocinha que nunca compreendera a dimensão daquele sentimento que ficou ainda mais terno e duradouro no campo das lembranças que afugentavam a morte iminente; um amava a mulher do outro e ela não amava ninguém, parece até poema do Drummond; soube da encenação da história pelo grupo de teatro Piollin por agora, mas tenho certeza de que não será mais comovente que a apresentação daqueles meninos no colégio, um dos instantes mais cheios de poesia e de plenitude que presenciei por lá; nostalgia encantadora!

2 comentários:

  1. Ah Profa,

    Sinto muitas saudades e ler esses textos me faz lembrar das suas aulas, uma das boas lembranças que ficaram.
    Essas pequenas preciosidades que você escreve me animam a pesquisar mais sobre literatura, sempre senti isso quando era minha profa.
    Me lembrei de nossa apresentação do Augusto dos Anjos, minha mãe adorou muito essa apresentação.
    Continue com esse blog, estarei sempre presente lendo seus texto com o maior prazer.

    Um Beijo
    Daniel Nanô

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  2. Que alegria ver sua mensagem, Daniel! Aquela apresentação do "filho do carbono e do amoníaco" foi soberba, com o piano maravilhoso que acompanhou tudo e colaborou para que ficasse ainda mais característico o "Ah! um urubu pousou na minha sorte!" Saudade boa!
    Beijos,
    MTeresa

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